Estilista homenageia Noel Rosa e encerra a temporada com samba, confete e serpentina.
Uma boa festa não precisa de muito mais que boa música e animação. Ronaldo Fraga uniu essas duas qualidades a seu talento para a moda e compôs um dos mais emocionantes encerramentos de temporada do São Paulo Fashion Week. O estilista nos transportou a um envolvente salão de baile dos anos 30
As roupas? As roupas são lindas e têm uma sensualidade discreta e particular. Vestidos vaporosos com golas, babados e plissados que lembram um pierrô, macacões curtinhos e camisas debruadas que dão um toque naïf à coleção, peças com trabalhos de recorte a laser; listras e poás que pintavam as saias de confete e serpentina e por aí vai. No entanto, aqui a roupa não é a protagonista. O que se celebrou na sala de desfiles foi a genialidade de um dos maiores nomes da moda brasileira, a beleza de uma das mentes mais prolíficas da criação de moda nacional.
Uma banda ao vivo que tocava as composições de Noel acompanhava o caminhar das modelos. Apesar de o texto de divulgação falar de uma alegria melancólica, o que invadiu a sala de desfiles foi uma animação contagiante que fez a editora Glória Kalil e tantos outros medalhões do jornalismo de moda cantarem do início ao fim do desfile. Dava vontade de se levantar do assento e tirar as modelos para dançar.
Ronaldo Fraga é um daqueles criadores que nos fazem viajar. Basta visitar seu showroom na rua Aspicuelta, em São Paulo para ter um gostinho de como o estilista é competente quando o assunto é compor uma ambiência e transportar o espectador a qualquer realidade proposta. É por isso que ao assistir a um desfile de Ronaldo, mesmo que você não saiba sobre o que se trata a coleção, tudo faz sentido.
No término da apresentação, Ronaldo fez uma rápida aparição e foi aplaudido de pé sob uma chuva de confetes. Todavia, o evento não terminou por aí, como de praxe. Modelos, jornalistas, equipe técnica e convidados desceram à passarela cheia de confetes para juntos pularem um delicioso carnaval fora de época. Uma festa descontraída e espontânea cheia de encantamento. Um fim de temporada ímpar.
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